Deu no Blog de Marco D'Eça - 13.06.12
O jornalista Décio Sá foi
assassinado por uma quadrilha formada pelos agiotas Gláucio Pontes e seu
pai, conhecido por Miranda, que também executaram o “empresário” Fábio
Brasil, em Teresina (PI).
A polícia também já prendeu o
homem conhecido por Júnior Bolinha, que teria sido o responsável pelo
agenciamento do pistoleiro, preso na semana passada.
Segundo as investigações, Décio
entrou na mira de Gláucio quando começou a denunciar em seu blog as
ações de agiotas no Maranhão.
Como fachada para seu negócio
de empréstimo, o agiota mantinha empresas de fornecimento de material
escolar e medicamentos, o que lhe gaqrantia proteção de políticos –
deputados e prefeitos – e até membros da polícia e do Judiciário.
A morte de Fábio Brasil
A trama remete a outubro do ano
passado. Naquele mês, o agiota recebeu um pistoleiro que lhe contou ter
sido contratado para executá-lo por Fábio Brasil – ou Júnior Brasil,
como era conhecido.
Motivo: Brasil lhe devia R$ 200
mil e não tinha como pagar. Como saída, resolveu matá-lo, oferecendo R$
100 mil ao pistoleiro. Morte de Fábio Brasil teria levado à execução de
Décio
Como não pagou o executor, o bandido procurou Gláucio, oferecendo o serviço pelo mesmo valor.
Tudo
está registrado em uma ocorrência policial investigada pela polícia.
Neste boletim, o “empresário” diz ter recusado o serviço”, mas, segundo a
polícia contou a história para que Júnior Bolinha resolvesse.
Meses depois, Fábio Brasil foi
morto em praça pública, em Teresina. Décio Sá publicou a notícia e,
depois, foi informado de que o mandante seria Gláucio. (Leia aqui a
notícia da morte de Brasil) Morte de Fábio Brasil teria levado à de
Décio
Jornalistas e agiotas
Há informações de que Gláucio e Décio Sá teriam se
reunido – juntamente com outros jornalistas – ocasião em que o agiota
teria dito que o autor do crime contra Fábio Brasil seria, na verdade,
Júnior Bolinha, que o estaria chantageando para resolver o valor da
execução.
Neste meio tempo – por intermédio de um homem conhecido por Buchecha,
Bolinha já havia alugado uma casa no Parque Vitória e trazido dois
homens do Pará.
A princípio, a dupla faria um sequestro do pai de Gláucio, o Miranda –
também preso hoje – como forma de pressionar o comparsa a pagar os R$
100 mil pela morte de Brasil.
Mas Bolinha acabou informado – provavelmente pelo próprio Gláucio
- de que Décio Sá sabia de mais e aproveitou os bandidos do Pará para
executar o jornalista antes da publicação da matéria.
Rixa antiga
Bolinha já nutria ódio mortal de Décio Sá desde
2009, quando o jornalista publicou matéria do seu envolvimento em roubo
de veículos – ele chegou a ser preso, em operação da Polícia Federal,
com um trator roubado em sua propriedade, em Santa Inês.
Nesta mesma ocasião, Gláucio conseguiu escapar da prisão por causa da
interferência de um policial amigo, que o avisou da ação da PF.
Por conta da notícia de prisão publicada no blog de Décio, Bolinha
perdeu a bandeira da Coca-Cola, que representava em Santa Inês. Segundo
as investigações, resolveu então que “não deixaria Décio destruir sua
vida mais uma vez”, com a revelação da morte de Fábio Brasil.
Mansão no Calhau
Para matar Décio, Bolinha contou com a ajuda do próprio Gláucio na empreitada, segundo a investigação.
A polícia descobriu que o empresário-agiota mantinha uma casa no
Calhau, a menos de 500 metros da área por onde os assassinos de Décio Sá
empreenderam fuga. A casa servia apenas de escritório particular e
depósito de material escolar.
A polícia entende que os bandidos se deslocaram para lá na noite do
crime, o que impossibilitou a captura, já que não estavam nas ruas.
Com os depoimentos de Valdêmio José da Silva e a prisão de um dos
executores, a polícia montou as últimas peças do quebra-cabeça,
resultando na prisão dos mandantes nesta manhã.
E assim, elucidou o assassinato do jornalista…
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