sábado, 10 de março de 2012

A PALAVRA MATÕENSE TEM OU NÃO ACENTO?


Confesso que, quando me decidi a dar vida a este Blog, no intuito de resgatar um simpático jornal de circulação restrita na cidade de Matões, que era distribuído gratuitamente às pessoas que assim o aceitavam, e eram poucas, diga-se de passagem, na década de 80 do século passado, muitas dúvidas passaram de voo rasante sobre a minha cabeça.

A primeira delas, bom que se diga, referia-se justamente à denominação do gentílico da pessoa que nasce neste aprazível município do Meio Norte do Brasil.

A palavra é com acento ortográfico (matõense) ou sem ele (matoense). Como se escreve, afinal?

Para solucionar o problema, resolvi consultar o famoso Dicionário AURÉLIO, livro que, popular e carinhosamente, muitos o chamam de o Pai dos Burros, que todos o procuram nos momentos de controvertido impasse gramatical.

E vejam os amigos internautas, então, o que nos diz o mestre Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, filólogo já falecido há muitos anos, mas cujos ensinamentos da língua-mãe se perpetuam por geração a geração de brasileiros:


MATOENSE. Adj. 2g. S. 2g. V. matõense.

MATÕENSE. Adj. 2g. 1. De, ou pertencente ou relativo a Matões (MA). S. 2g. 2. O natural ou habitante de Matões [Cf. matonense]. (O novo dicionário Aurélio da língua portuguesa, com a Nova Ortografia. 4ª. Ed. – Curitiba: Ed. Positivo, 2009, pág. 1293).”


Pois bem, agora digo eu, tomando emprestado um pedaço que me cabe nesse latifúndio.

Embora não seja especialista no assunto, guardo entendimento de que está sanada a dúvida vernacular, haja vista que, de acordo com o abalizado autor em referência, a palavra matõense deve ser escrita com acento mesmo, apesar do tradicional e costumeiro uso da expressão sem o acento (matoense), que, aliás, muitos entendem encontrar-se correta, sobretudo em razão da chamada Nova Ortografia brasileira, que entrou em vigor no governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Sinceramente, creio que a sonoridade da palavra, sem o acento, não cai bem, fica de pé quebrado, como se estivesse faltando uma muleta para lhe apoiar, e arranha os nossos ouvidos, pois esquece o plural Matões, dando a ideia vulgar de mato, no singular.

É a minha pequena contribuição para o debate, que se encontra aberto e sujeito às críticas e opiniões dos amigos matõenses. Acheguem-se. Peguem o assento para se sentar e digam se o acento deve ou não continuar.

A língua portuguesa é uma verdadeira exceção de excessos. E disso acho que ninguém duvida.

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